Artista português, de expressão realista, Rogério Chora é considerado um dos mais consagrados pintores da arte contemporânea de Setúbal, sendo o único artista a conseguir viver naquela cidade exclusivamente da pintura. Ao longo dos anos foi olhando para Setúbal com diferentes olhos, umas vezes objetivos, outras vezes “românticos”, para pintá-la como se a eternizasse, sendo, simultaneamente, uma memória viva do que já foi e da beleza que sempre teve.
Natural de Setúbal, por via dos locais que frequentava desde criança, sempre a apreciou e, como pintor, sempre gostou de pintar os motivos da sua terra relacionados com o mar, figuras populares, paisagens. Mas foi ao mar que Rogério Chora foi “beber” as suas maiores inspirações, aprendendo a pintar a faina, os pescadores, a movida da lota, os barcos e os reflexos de sombras e cores na água com um realismo quase fotográfico. Assim, os barcos saveiros, a apanha da ostra, a paisagem urbana de Setúbal, os monumentos, a indústria, a Serra da Arrábida e figuras maiores da literatura e da História local, como Bocage, ficaram até hoje transportas para as telas.
Segundo o artista “É preciso ter amor pela cidade. Gosto de pintar as figuras que ninguém considera, figuras populares ligadas à parte marítima. Gosto muito de pintar o mar”.
Título: Macau
Técnica: Serigrafia
Dimensões: 70 x 50 cm
Referência: RC0001
P.V.P.: 350 €
Rogério Chora cedo conheceu o apelo para a tinta. O primeiro desenho, uma chávena, fê-lo com apenas quatro anos, mas, aos oito, percebeu que a cor é que daria vida às suas obras. Daí que, aos 14 anos, foi um dos autores de uma exposição de pintura infantil patente no salão nobre dos Paços do Concelho, sendo que nessa altura, já na Escola Industrial e Comercial de Setúbal, pintou a primeira aguarela e pintura à vista.
Como que adivinhando o seu próprio percurso, certo é que já aos 13 anos contava aos jornalistas da Gazeta Setubalense os seus planos, enquanto deles esboçava um retrato: queria ir para a escola de artes decorativas António Arroio, em Lisboa, e seguir Belas-Artes. Estávamos em 1956. Anos mais tarde, tudo o que de promissor a imprensa anunciava – “tudo em Rogério Chora nos faz admitir ter ele nascido já artista, senhor daquele dom natural que, mais tarde ou mais cedo, feito realidade, concede o lugar à consagração” (O Setubalense, 1962) – viria a confirmar-se.
Técnica: Serigrafia
Dimensões: 71 x 49 cm
Referência: RC0002
P.V.P.: 350 €
Em Belas-Artes Rogério Chora experimentou diversas obras como pintura, litografia (desenho de letra, publicidade), escultura e até cinzelagem e cerâmica. A pintura, claro, sempre o acompanhou da forma de “um desejo interior, algo que nos puxa”, descreve, enquanto recorda o seu percurso académico e artístico sentado no seu atelier, em Setúbal. Rodeado de milhares de pincéis, trinchas, recipientes de tintas e dezenas de telas, umas acabadas, outras à espera dos toques finais, lembra também como, de forma natural, descobriu a sua “linha própria” como artista, neste caso hiper-realista. “A pintura figurativa é o bom para mim”.
Foi um dos fundadores do Círculo de Cultura e Arte Setubalense e, em 1962, realizou a sua primeira exposição individual, começando a ganhar reconhecimento na cidade com a produção de cartazes da Feira de Sant’Iago ou com a conquista do segundo prémio do concurso de artes plásticas, realizado no bicentenário do nascimento de Bocage.
Como reconhece o artista, o seu período de maior produção de obras decorreu nas décadas de 1980 e 1990, tendo participado em várias exposições individuais ou coletivas e mostrado o seu talento além-fronteiras, nomeadamente em Espanha, França, Alemanha e até Brasil.
Se aprecia decorar espaços em completa harmonia com a natureza, transmitindo-lhe paz e tranquilidade, também poderá gostar dos trabalhos dos artistas João Hogan e Rosarinho Reis, que poderá conhecer em detalhe no nosso catálogo aqui.
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