Nascido em Lisboa, em 1931, Nikias Skapinakis é um dos maiores nomes da pintura portuguesa do século XX.
Entre figuração e abstração, sem escolher uma ou outra, as suas pinturas privilegiam a densidade cromática, a expressividade das cores, a força das camadas lisas.
A pintura de Nikias viveu três fases distintas. A primeira caracterizada por dominantes ingénuas e populistas, as suas pinturas são evocações paisagísticas que oscilam entre um lirismo de cores vivas e um paisagismo urbano.
A segunda surge com a consciencialização abstrata da superfície plástica. É aqui que a sua pintura figurativa, que retrata personalidades da vida cultural portuguesa, absorve elementos da arte pop britânica.
Por último, a terceira define-se pela sobreposição de figuras e formas a fundos opacos, bem como pelo contraste entre o monocromático liso das superfícies e a vibração luminosa de amplas manchas recortadas. Nesta fase, o artista sofre o "regresso à pintura" que tanto caracteriza a década de 1980 em Portugal.
A partir de meados dos anos 80, a sua obra evidencia uma crescente sofisticação, uma síntese formal e cromática entre as suas facetas mais romântica/expressionista e a mais irónica/depurada de influência pop.
De ascendência grega, Nikias Skapinakis frequentou o curso de arquitetura, que abandonou para se dedicar exclusivamente à pintura, vendo nela "um processo de conhecimento", uma procura constante da "essência das coisas", que estendeu por mais de 60 anos.
Dedicou-se também à litografia, à serigrafia e à ilustração de livros. Entre outras obras, ilustrou “Quando os Lobos Uivam”, de Aquilino Ribeiro e “Andamento Holandês”, de Vitorino Nemésio.
É autor do “Retrato dos Críticos” (1971), um dos painéis concebidos para o café “A Brasileira do Chiado”, em Lisboa.
Para a estação de metro Arroios, em Lisboa, concebeu o painel “Cortina Mirabolante”, um tríptico de cerâmica com cerca de 15 metros de comprimento, composto por três painéis de cores quentes e fortes. É uma obra invulgar, produzida através de uma técnica inovadora em que o azulejo é recortado nas suas mais diversas formas e tamanhos, e posteriormente colado, como se fosse um puzzle.
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